domingo, 28 de fevereiro de 2010

Hoje - o dia do OBRIGADO

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Quando achar que um simples obrigado é pouco, acrescente uma pitada de emoção e deixe-se levar.
Confesso que, naquele dia abençoado, comecei a sentir a necessidade de dizer obrigado antes mesmo de me despedir do Tio Mario e das pessoas.
Estar entre tantas pessoas que, ainda que distantes, têm significado para nós, além de muito agradável, é um privilégio e saber agradecer por isso é uma virtude. Costumamos curtir a festa, elogiar as pessoas, acordar a nossa generosidade e depois entramos de novo na engrenagem de nosso tempo ou da falta dele e...esquecemos!
Quando acontece de o senso de gratidão estar com baixa cotação ou a gratidão fora de nossas prioridades, raramente vamos além do simples obrigado.

Foram muitos, os manifestos, esta semana tanto no Blog quanto em mensagens que me enviaram. Em uma delas e com muita propriedade, minha sobrinha Alina, ajudou-me a entender melhor o sentido deste Blog: “trazer à tona as sensações de momentos que não voltam mais”. Obrigado Alina.
Obrigado também, com varias “pitadas de emoção”, a todas e todos que me deram o privilégio da visita ou o gesto generoso de uma mensagem pessoal. Nestes tempos onde a nossa atenção é atraída por todo tipo de mídias, de spams, propagandas, de mensagens que, quando personalizadas o são por computadores, etc., alguém, tirar de seu tempo, minutos que sejam, e lhe endereçar uma mensagem pessoal, é sempre um privilégio.
Que muitos encontros, sempre festivos, possam novamente nos reunir no futuro.
Continuem visitando o Blog, deixando seu comentário, se inscrevendo, dando idéias. Foram 300 visitas somente nesta semana que passou. Já está dando para sonhar com 1000 ou + Avilas além dos amigos, reunidos em Guapé, em um futuro não muito distante! Que tal?
Antes de sair faça uma visita ao site da Arvore Genealogica da Familia AVILA" clique no link ou copie e cole na sua barra de endereços:
http://www.myheritage.com.br/site-74972971/familia-avila

Um abraço e boa semana a todos.
W. Avila

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tio Mário - 90 anos!

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A quantidade de pessoas presentes foi proporcional à grandiosidade e à importância do evento. Inesquecível este 20 de fevereiro de 2010!

O que é ter 90 anos hoje? Obviamente, em primeiro lugar é ter nascido em 1920, apenas dois anos após o fim da carnificina da Primeira Grande Guerra, que dizimou nove milhões de pessoas, em apenas quatro anos!


É ter nascido de parteira, é ter sobrevivido a doenças tão comuns como a pneumonia (não existiam os antibióticos) e se homens, é ter evitado ficar estendido nos campos de batalha europeus, de onde perto de 2000 brasileiros não voltaram (vivos) das lutas na Segunda Grande Guerra (1939-45).

Para que os mais jovens saibam, nossos pais só faziam o seu registro civil, depois que já tinham passado da idade de fazerem o alistamento militar e assim, evitar de serem enviados para uma guerra que não nos pertencia (José Lau nascido em 1916 e registro de nascimento de 1914

Nosso querido tio Mario que não nasceu em Guapé (e nem no Mundo Novo) e sim em Piumhi (grafia da Wikipédia), vejam porquê. Wenceslau Avelino de Avila, nosso avô, heróico defensor de valores humanos inatos, como o direito sagrado da propriedade, defendia com unhas e dentes ( e algumas espingardas!) a sua beira de rio, contra vizinhos que insistiam em abrir um porto, no fundo de sua horta. Para evitar dramas maiores o seu cuinhado (tio Frederico) lhe propôs uma troca de casas, por um ano, até que as coisas se acalmassem, e assim, foi a Dona Maria Cândida, grávida de vários meses, de mudança para Piumhi.
Quando voltaram, o choro do nosso tio já podia ecoar em paz, pela casa, a poucos metros das barrancas do rio Grande, no Mundo Novo.
Por 90 anos existiram centenas, milhares de outros grandes eventos como, morar no Sementeiro, visitas mútuas entre as famílias, tempos depois, mudar-se para a outra margem do Rio Grande, ou como se dizia na época – mudar para o “trabanda”,
ou ainda estarmos juntos - tio Mario, papai, José e eu - na inauguração da capela do Morro do Chapéu, em julho de 1958, pelo Padre Alberico, até que, o “progresso” venceu a todos, e as águas da barragem de Furnas o expulsou de um dos mais belos cenários, às margens desse saudoso rio. Está correto: “saudoso”, porque ele não existe mais.
Este grande mineiro, Juscelino – o homem dos 50 anos em 5 - que transformou o Brasil em um país moderno, é o mesmo que levou à miséria e à desgraça, centenas e centenas de nossos parentes na região!
Expulso por essa mesma água, que hoje desenha tão belas paisagens e cria cenários deslumbrantes, eis que nosso tio, como milhares de outros, vai para a cidade grande – Passos.).
Mas nossas raízes, a da nossa família, não foram plantadas nas cidades grandes.
Podemos passar dezenas de anos em Passos, Campinas, São Paulo, mas o apelo do torrão natal, continua lá (bem guardado) e se ele não existe mais ( o torrão natal), como é o caso do nosso tio, podemos eleger outro, desde que tenha terra, que tenha rio, arvores naturais, abundantes, frutas, e liberdade onde possa sentir-se dono.
Assim, foi muito bom saber, que por escolha do tio, nesse 20 de fevereiro de 2010, 90 anos após o eco do primeiro choro, (em alguma rua da histórica Piumhi) iríamos rever tantas pessoas, em algum ponto entre o Itaú e as Três Fontes.
Não poderia haver melhor cenário para esse re-encontro: parentes, amigos e até a professorinha do primário, a Dona Maria; que banho de juventude ao vê-la assim, com tanta energia e disposição. Os anos não enrugam as lembranças.
Há meses que eu esperava esse grande dia e assim, até com um pouco de ansiedade, deixar Campinas bem cedo e poder encontrar nosso tio, em companhia de todas essas pessoas, algumas não vistas há muito tempo!

Ao meu padrinho (que insisto em chamar de tio há quase 60 anos!) e também a tia Madalena e à pequena, mas eficiente família que, com esmero, preparou tudo isso para nos receber de maneira tão carinhosa e eficiente – impecável - o meu muito obrigado.
Wenceslau