Livro do Papai – parte 4 - ago 09
Este terreno que pertence ao Capitólio e a Escarpas era do município do Guapé. E antes tudo pertencia a Boa Esperança. Para ligar os terrenos dos dois lados do rio fizeram uma ponte de madeira, onde era a ponte Mello Viana. Esta ponte elles “tratavam” de ponte Branca. Na inauguração dessa ponte (a ponte de madeira – observação minha) veio uma moça de Cristaes que ficou conhecendo o meu avô, o Francisco Rodrigues de Ávila. Ella chamava Cassiana, da família Pires de Cristaes. Arrumaram ella pra casar com meu avô, porque naquele tempo não usava namorar, casavam. Logo elle fez casa na fazenda do pai delle. Era na beira do córrego que vem do Olho d´Agua, pra cima do Zé Baio. Começou a criar a família. A mais velha chamava Cota, mãe da Olímpia do José Nico, da antiga Ventania, hoje Alpinópolis. O segundo filho era meu pae, chamava Venceslau Avelino de Ávila, o terceiro filho chamava Evaristo Pires de Ávila, o quarto Mizael, o quinto José Baio, o sexto Antonio Pires de Ávila, o sétimo chamava Reginaldo Rodrigues de Ávila, tinha apelido de Dico, o oitavo chamava João Augusto de Ávila, o nono chamava Francisco Rodrigues de Ávila, tinha apelido de Chiquinho Cassiano. Todos se casaram, só ficou solteiro o Chiquinho. Meu pae casou pela primeira vez com uma prima, chamada Barbara. O sogro delle era irmão do pai delle. Chamava-se Manuel. Quando meu pae casou elle comprou um terreno perto da Jacutinga. E tirou rego d´agua, assentou mijolo, munho e fez uma casa grande e boa. Este terreno tinha muita cultura, terra de planta. Morou onze anos nesta casa. A mulher delle morreu. A Olímpia era nascida, estava novinha (Olímpia – mãe da Iolanda – idem). A tia Quezinha pegou ella pra criar. O Mizael morava onde o Tino Quitério morava. Meu pae falava que dever obrigação para os outros é pior do que dever dinheiro. Logo depois a tia Quezinha falou: “cumpadre Lau cede a fazenda pra nós e você arruma outra” Elles já eram cumpadres. Elles eram padrinhos da Olímpia. Meu pae ficou apertado porque elle tinha amor na fazenda, era uma das melhores fazendas do Guapé, mas meu pae por dever obrigação, cedeu a fazenda. O tio Mizael deu aquela fazenda do Augusto Lau, cem alqueires e lá no Mundo Novo aquele pasto de cima em troca da fazenda delle. O tio Miazel ainda voltou dois contos e quinhentos em dinheiro. Meu pae falava que este dinheiro gastou todo com inventário. E meu pai passou todos os terrenos (das duas propriedades-idem) para os filhos. Elles eram cinco: Maria Barbara, Augusto, Cassiana, Guiomar e Olímpia. Esta fazenda do Mundo Novo tinha muita terra de planta, terra boa. Antigamente o pessoal só plantava em terra de cultura porque não tinha adubo. Meu pae fez uma casa de esteio de madeira, de chão e de parede de pau a pique, barriada. A casa tinha sala, copa, dois quartos, mais uma varanda, cozinha e um quarto na varanda. Meu pae foi dos primeiros moradores do Mundo Novo. Elle mudou para essa casa e levou uma creôla velha, que foi escrava. A vó do João Pretinho, para cuidar dos meninos. Ella chamava Joaquina, eu conheci ella. Lá meu pae fez o casamento de uma filha a Maria Barbara. Casou com Salatiel Bernardes Coelho. Elle fez uma casa boa, de assoalho, no lugar da minha casinha, deu um alqueire de mato pra elle roçar e plantar café. Meu pae também roçou e plantou um alqueire de café. Em mil novecentos e dez meu pae casou com minha mãe. E começou a criar a família...............(continua)...........
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário