sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Papai - 8 anos de sua morte, neste 6.12.2008


((se quiser enquanto lê o texto ouça a música no final))
Com seu velho paletó, ele ia,
Fosse com calor ou uma manhã fria,
À sua missa aos domingos.

Nos últimos tempos, as partidas
Eram sempre emotivas, pois
Entre uma benção e um abraço
Aqueles olhos claros marejavam.

Nas chegadas nunca estava,
Mas como era bom vê-lo aparecer
Ou da rua ou do quarto,
Com aquele sorriso farto.

Quantas vezes esperamos,
Quantas vezes a fome ardia,
E o nosso patriarca, não aparecia.

Crescemos em cidades, distantes,
Ganhamos dinheiro, ganhamos amigos,
Mas ao voltar às origens,
Nos curvávamos muito humildes.

A sua força parecia invencível,
Impensável alguém que o contestasse,
Quando isto aconteceu,
Ele venceu.

Honesto e íntegro, nunca falhou
Com aqueles que o honravam,
Sempre foi justo.

Parecia uma fortaleza, mesmo
Quando os anos chegaram,
Era difícil imaginar, que fosse,
Mais fraco do que nós.

A lucidez era tamanha,
Que tínhamos dúvidas, daquilo,
Que afirmávamos, em nossas Ignorâncias “urbanoides”.

Ao seu lado, nossa segurança
Era total, absoluta, como era forte,
Quantos trancos, quantos sustos!
Nunca teve medo nem dúvidas.

Que alegria ouvir, nos detalhes
Suas histórias, suas vivências
Tão ricas e tão pródigas,
Em cores, em sabor e ocorrências.

Um dia a nossa fortaleza, balançou
Nada de Alzehimer e nada de Parkinson
84 anos - uma suculenta feijoada,
Foi o que realmente o parou

Não sei se foi bom ou se foi ruim,
De repente, muito rápido nos faltou,
Mas heróis nunca morrem,
Passam para uma outra dimensão!

Oito anos já se foram, mas
Parece tão presente, tão intenso
Na simples lembrança,
Dos seus firmes argumentos.

Porque não poder ter para sempre,
Hoje ainda órfãos, nos faz falta,
O líder, poderoso e autoritário,
Ainda dói muito a sua falta.

O vazio enorme continua, aquele
Lugar à mesa, que ninguém
Ocupou, é seu papai!

5 comentários:

W. AVILA disse...

Lau, muito bem escrito e muito emocionante! Fiquei com aquele nó na garganta e meus olhos lacrimejaram.

Mas é assim mesmo que eu o via e sentia sua presença. Muito real!.

Parabéns pelo belo texto e pela tamanha sensibilidade das palavras e contexto.
Cidinha

Anônimo disse...

Lau, muito bem escrito e muito emocionante! Fiquei com aquele nó na garganta e meus olhos lacrimejaram.

Mas é assim mesmo que eu o via e sentia sua presença. Muito real!.

Parabéns pelo belo texto e pela tamanha sensibilidade das palavras e contexto.
Cidinha

Anônimo disse...

Comentário em duplicata: o 1o. deve ser excluido

Anônimo disse...

nossa tio muito emocionante.. deu muita saudade do vô... abraços
a todos
Angélica

Anônimo disse...

Tio parabens pelo texto realmente muito lindo..
o vô é uma pessoa que nao faz falta apenas na nossa familia, mas são de pessoas iguais a ele que o mundo precisa!

Manaíra