segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Livro do Papai - Sexta Parte

(Fotos de quadros pintados pela Mamãe - clique na foto para ampliá-la)









Em primeiro de junho (de 1949) nasceu o Lau, lá no mundo Novo. Em 10 de outubro de 1950 nasceu a Cleida, lá nos Rodrigues. Eu não estava em casa e quando me chamou lá no Mundo Novo, eu vim e encontrei a comadre Zica dando chá para ella. Em 26 de janeiro de 1953 nasceu a Clere, lá nos Rodrigues. Em 10 de agosto de 1954 nasceu a Nini, lá nos Rodrigues. Nasceu o Warley nos Rodrigues e morreu em Guapé com um ano e meio. Em 20 de dezembro de 1956 nasceu o Nero. Em 18 de março de 1959 nasceu a Teninha. Em 2 de fevereiro de 1957 morreu minha querida mãe. Morreu em Guapé. Meu pae nasceu em 22 de agosto de 1860 e morreu em 17 de março de 1950.

Minha mãe nasceu em julho de 1893 e morreu em 2 de fevereiro de 1957. Casou-se em 1910. Ela morreu em Guapé, na casa dela, na avenida dona Agostinha. Nasceu a Consuela em 28 de junho de 1961. Nasceu a Maria em 1 de agosto de 1965 e em 27 de outubro de 1967 nasceu o Valério.
A família Evaristo só agrada uma pessoa quando tem interesse.

No dia 4de abril de 2000 morreu a Mariana, esposa do José do João Lau. Eu fui ao enterro no Capitólio. Foi a Aparecida, a Clere e a Maria. O enterro foi às oito horas da manhã. Tinha muita gente Quando nós voltamos, para atravessar a balsa estava ventando muito. Chegamos em casa às onze e meia. Quando foi nove horas me pegou uma tosse e a pressão subiu, me deu falta de ar e pensei que ia morrer. A Clere veio pra me levar para o hospital, eu não queria ir, mas quando vi que não agüentava, aceitei. Entrei no carro, só eu e a Clere. Pensei que ia morrer dentro do carro. Entrei no hospital, tomei remédio a noite inteira. Voltei pra casa às nove e meia da manhã.
Eu conheci o Guapé quando ainda era vila.


Minha avó morava na rua principal, bem abaixo da praça, perto do ribeirão. Uma rua bonita, que pegava no ribeirão e subia em linha reta até o outro lado do arraial. A casa dela tinha a frente na rua e um terreno grande O fundo ia até o ribeirão. Meu avô (materno?) plantava de tudo na horta. Tinha milho, mandioca, bananeira. Fazia polvilho pra tratar de doente(?). O tio Avelino vendeu duas posses e ainda ficou grande e não deu nada pra minha mãe. Na frente da casa tinha um calçamento de pedra para cercar a enxurrada.


Quando subia carro de boi fazia muito barulho. Eu e o João Lau corríamos pra ver. A enxurrada corria esparramada na rua, não tinha sargeta, nem meio fio. Não tinha luz e as casas eram iluminadas com luz de querosene e aqueles mais ricos tinham lampião. Tinha duas igrejas que eram iluminadas com lanterna de azeite de mamona, feito em casa. Não tinha água encanada. Eles serviam(sic) com água de cisterna. Aqueles que não tinham cisterna serviam com água do vizinho. Os buracos das ruas eram consertados com picareta. Cada um cuidava da sua frente porque não tinha prefeitura. Não tinha privada, eles faziam um buraco, colocavam um caixote de madeira pra pessoa sentar.


Quadros pintados pela mamãe.

Um comentário:

Mana disse...

tio obrigado por digitar o livro do vô...
bjs